quarta-feira, 30 de abril de 2014

Vitória

Ilha de Vitória e Terceira Ponte, vistas desde mirante no Convento da Penha, em Vila Velha

Construções históricas e gastronomia estão entre os atrativos de Vitória, uma das cidades mais antigas do país

Capital localizada em arquipélago, Vitória esbanja recortes em sua geografia. Montanhas, costões, praias, pontes de várias épocas ligando ilhas e ilhotas. Quem chega ou parte da capital capixaba de avião ganha na janelinha o presente de uma paisagem surpreendente, azul, verde e cinza, cheia de curvas.

Vitória foi fundada em 1551, o que a torna uma das cidades mais antigas do país. Antes, a sede da capitania do Espírito Santo foi Vila Velha, cidade vizinha e atualmente mais populosa do que a capital, que há décadas divide com Vitória as principais atrações da região costeira.

O turismo na cidade é principalmente de eventos enegócios. Grandes estruturas geradoras de movimentação econômica como os portos de Vitória e de Tubarão atraem executivos, engenheiros e pesquisadores, um público expressivo para a rede hoteleira. Por conta de estadas prolongadas, a trabalho ou estudo, hotéis modernos disponibilizam apartamentos completos para os hóspedes, com sala, cozinha e varanda com vista para o mar.

Quem viaja a lazer encontra na gastronomia, nas áreas ao ar livre e nas construções históricas de Vitória e Vila Velha os melhores programas. Na capital, as principais praias são Camburi, do Canto e Curva da Jurema, todas com boa infra-estrutura de quiosques, iluminação noturna e calçadões para caminhadas.

Faz calor na maior parte do ano, como no Rio de Janeiro; coqueiros e castanheiras garantem a sombra nas areias escaldantes, enquanto parques cercados como Moscoso e da
Pedra da Cebola recebem os moradores até tarde da noite.

Apreciadores de pratos típicos da cozinha brasileira --e de frutos do mar-- não ficarão desapontados com sessões alternadas de moqueca e torta capixaba. A moqueca é a estrela da festa, chega fumegante na panela preta à mesa, com aquela coloração avermelhada obtida com a tintura de urucum. Mas a torta capixaba também vale o investimento.

Na origem, era um prato popular, um cozido de palmito, cebola, tomate e restos de peixe, mistura a que as classes abastadas acrescentaram ovos, azeitonas, bacalhau e azeite. Virou um prato de múltiplas texturas e aromas, que exige talento do cozinheiro.

A moqueca inclusive dá nome a uma rota turística do Estado, a Rota do Sol e da Moqueca, que parte de Vitória rumo ao Sul, passando por Vila Velha, Guarapari e Anchieta, esta a 73 km da capital.

Em anos recentes, também o agroturismo das montanhas capixabas ajuda a diversificar a gastronomia local. Cafés do tipo gourmet, licores, doces e embutidos especiais ganharam pontos de venda em Vitória, como o Hortomercado, na Enseada do Suá.

Depois das pontes, em Vila Velha

A cidade vizinha tem praias que os moradores da capital gostam de freqüentar, por serem mais tranqüilas e menos sujeitas à poluição da proximidade dos portos. No alto de um morro coberto de mata, cuja imponência é admirada desde a Terceira Ponte, está conservado um dos mais antigos santuários do país, o Convento da Penha, cuja inauguração data de 1558.

A arquitetura se integra à paisagem há 450 anos. São vários mirantes para o rico relevo de Vitória e arredores. O mais espetacular deles, que revela a Terceira Ponte em toda a sua extensão, está ao final do primeiro trecho de subida, ao lado do estacionamento dos automóveis.

Famílias inteiras fazem a peregrinação até a capela, onde estão relíquias como altar, púlpito e via-crúcis entalhados na madeira, e a tela "Nossa Senhora das Alegrias", do século 16. Todos os anos, na semana após a Páscoa, festas, shows e procissões homenageiam Nossa Senhora da Penha, apadroeira do Estado.

Duas outras atrações, para adultos e crianças, são motivo para prolongar o passeio por Vila Velha: o Museu da Vale e a fábrica de chocolates Garoto, fundada por um imigrante alemão em 1929, na Prainha, e instalada desde 1936 no bairro da Glória.

Em antiga estação ferroviária, uma das salas do Museu da Vale abriga uma linha de trem com 101 m de extensão, por onde correm miniaturas de locomotivas em meio a paisagem de morros e matas cuidadosamente reproduzida.

Quem se empolga com a memória das ferrovias brasileiras, narrada em fotografias e objetos desde os primeiros anos do século 20, tem a chance de aproveitar a visita a Vitória para uma viagem pelo presente. De Cariacica, na região metropolitana, parte diariamente um trem de passageiros rumo a Belo Horizonte.

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