Fim de tarde de maré baixa no rio que banha São Luís, capital do Maranhão
Capital do Maranhão e do reggae, São Luís é banhada por mar, rio e por muita cultura
São Luís é capital do Maranhão e do reggae ao mesmo tempo. O Dia do Regueiro é uma data oficial, festejada em 5 de setembro, já no embalo do aniversário da cidade, comemorado em 8 de setembro. Na ilha de São Luís, banhada por mar e rio, os lentos movimentos do reggae de inspiração jamaicana combinam com a solidez das fachadas de azulejos, sua principal marca arquitetônica. São Luís é Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1997, quando a Unesco confirmou o Centro Histórico como "testemunho excepcional de tradição cultural".
Somando-se os tombamentos federais e estaduais, são cerca de 3.500 edificações dos períodos colonial e imperial, entre sobrados, palácios, igrejas e casas de porta e janela, em diferentes estados de conservação. A rua Portugal, no bairro Praia Grande, antiga zona portuária, costuma ser ponto de partida dos turistas por abrigar edificações que podem ser admiradas de longe e também visitadas por dentro, como a Casa de Nhozinho e Museu de Artes Visuais. Dobrando a esquina, está o mercado Casa das Tulhas, na rua da Estrela.
Em composições de quatro ou mais peças, misturando formas geométricas e arranjos florais, os azulejos nas fachadas ajudam a refletir os raios solares, protegendo os moradores do calor e conservando as casas contra as chuvas torrenciais do primeiro semestre. No clima quente e úmido, minutos depois daquelas chuvaradas que fazem o asfalto e a vegetação das praças reluzir, São Luís lembra mais as capitais do Norte, como Belém e Manaus, do que as do Nordeste.
Nos arredores do Centro Histórico, o Palácio dos Leões, sede do governo estadual, ajuda a contar a história das disputas europeias pela antiga colônia portuguesa. A fortaleza foi erguida pelos franceses, em 1612, e vem daí o nome da cidade então fundada, em reverência ao rei-menino Luís 13. Três anos depois, com a
rendição e expulsão dos franceses, o palácio foi ocupado pelos portugueses, que em 1620 fizeram desembarcar em São Luís cerca de 200 casais de açorianos.Somando-se os tombamentos federais e estaduais, são cerca de 3.500 edificações dos períodos colonial e imperial, entre sobrados, palácios, igrejas e casas de porta e janela, em diferentes estados de conservação. A rua Portugal, no bairro Praia Grande, antiga zona portuária, costuma ser ponto de partida dos turistas por abrigar edificações que podem ser admiradas de longe e também visitadas por dentro, como a Casa de Nhozinho e Museu de Artes Visuais. Dobrando a esquina, está o mercado Casa das Tulhas, na rua da Estrela.
Em composições de quatro ou mais peças, misturando formas geométricas e arranjos florais, os azulejos nas fachadas ajudam a refletir os raios solares, protegendo os moradores do calor e conservando as casas contra as chuvas torrenciais do primeiro semestre. No clima quente e úmido, minutos depois daquelas chuvaradas que fazem o asfalto e a vegetação das praças reluzir, São Luís lembra mais as capitais do Norte, como Belém e Manaus, do que as do Nordeste.
Nos arredores do Centro Histórico, o Palácio dos Leões, sede do governo estadual, ajuda a contar a história das disputas europeias pela antiga colônia portuguesa. A fortaleza foi erguida pelos franceses, em 1612, e vem daí o nome da cidade então fundada, em reverência ao rei-menino Luís 13. Três anos depois, com a
Com cerca de 960 mil habitantes, São Luís pode ser comparada a capitais como Salvador e Rio de Janeiro quando o assunto é a força da cultura negra, presente nas festas populares e rituais afro-brasileiros. Em 2007, a dança tambor de crioula, que homenageia São Benedito, foi promovida a Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A história da escravidão também constrói o tambor de mina, o nome para a religião afro-brasileira local. Na costa africana, os escravos eram embarcados desde o Porto de São Jorge Del Mina, e o termo passou a identificar etnias da população negra. O tambor de crioula é uma atração turística, uma dança para todos, enquanto o tambor de mina congrega iniciados, os moradores que conhecem o caminho dos terreiros.
Outra festa das mais bonitas é o bumba-meu-boi, sinônimo de festa junina, em junho e julho. Ao longo do ano, comunidades inteiras se envolvem na confecção dos figurinos, adereços, bandeiras, na composição de letras e músicas. Existem grupos de "boi" adulto e também a graciosa versão mirim, em que crianças equilibram almofadas sob as vestes para interpretar a Catirina grávida, aquela que faz o marido matar o boi predileto do patrão para realizar o seu desejo. Em São Luís, a festa do "boi" tem a complexidade dos diversos sotaques, os ritmos de zabumba, matraca ou orquestra, e uma infinidade de cores e brilhos.
Museus como Casa do Maranhão, Cafua das Mercês e Centro de Cultura Popular oferecem aos visitantes a oportunidade de conhecer melhor a história das festas e rituais. Em junho e julho, a alta temporada, dezenas de grupos de "boi" se apresentam no Centro Histórico e nos bairros, circundados por barracas de comidas típicas como tapioca, arroz-de-cuxá, torta de camarão e doce de bacuri.
As principais praias da capital, infelizmente, são poluídas, resultado de prolongado descaso com o saneamento básico. Há anos, altos índices de coliformes fecais contaminam as águas e as areias de praias como Ponta d'Areia, São Marcos, Olho d'Água e Calhau, próximas ao centro. Moradores bem informados preferem a distante e tranquila Araçagi para banho.
Antes do reggae da noite, um lugar convidativo para apreciar o pôr-do-sol é a Praça Gonçalves Dias, também chamada Largo dos Amores. O poeta homenageado nasceu no interior do Maranhão, em Caxias, e morreu no mar. Ele tinha apenas 20 anos quando escreveu os famosos versos da "Canção do Exílio": "Minha terra tem palmeiras,/ Onde canta o sabiá;/ As aves que aqui gorjeiam,/ Não gorjeiam como lá". No monumento, Gonçalves Dias está de casaca, sob o sol e sobre uma palmeira, como que pairando sobre a cidade. A praça tem vários planos em declive e se debruça para a vista do rio Anil, rota de pescadores em embarcações a vela. Olhando à direita surge a Baía de São Marcos, de onde partem os passeios para Alcântara.
E por falar em arredores, vale a pena fazer coincidir a viagem a São Luís com a época das lagoas cheias nos Lençóis Maranhenses. Em geral, a temporada de chuvas do primeiro semestre enche as lagoas sobre as dunas de maio a outubro. Se o tempo for curto, agências locais fazem os passeios de bate-e-volta de São Luís para Barreirinhas, principal porta de entrada para o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.
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